Olá! Ter este espaço para falar sobre saúde é uma honra e uma alegria para mim. Sou fisioterapeuta. Sou apaixonada por pessoas, pelo toque, pela cura com as mãos. Cuidar precisa da aceitação do outro. As boas relações em saúde permitem a cura ou a prevenção eficiente de sintomas e doenças.
A relação estabelecida entre o paciente e o profissional da saúde não é, há muitos anos, vertical. Não há mais o pedestal. O paciente não recebe a prescrição, vai embora e segue tudo sem questionar. Atualmente existe, entre nós e o paciente, uma relação horizontal, em que a opinião de ambos é importante.
No modelo vertical, que predominou até a geração de nossos avós, o profissional da saúde ditava as regras e conduzia o tratamento com, no máximo, a opinião de outro profissional da mesma área. Familiares também ficavam à margem das decisões.
No modelo atual (horizontal), o paciente opina, direciona o tratamento e escolhe o melhor caminho a seguir. Profissionais de várias áreas da saúde participam do processo terapêutico e, não raramente, o paciente chega ao consultório com as hipóteses diagnósticas investigadas e estudadas por meio das redes sociais. Muito bem estudadas, aliás. Existe forte indicação de chamar o paciente de cliente, pois ele não é mais um agente passivo.
Os clientes que vêm de longe provavelmente passaram por outros profissionais da mesma área e buscam outra opinião, já desmotivados. A fidelização do cliente/paciente após a longa jornada, não será pela técnica, pela melhora imediata ou pelo menor custo. A fidelização acontecerá pela confiança, pela relação estabelecida. Tratamento sem vínculo de confiabilidade não funciona. Quem vem de longe crê, confia no profissional, porque confia em quem o indicou. Deslocar-se de muito longe para receber um tratamento é fruto da modernidade. Ser atendido na modalidade online é ainda mais moderno. O paciente mais distante eu que tive foi um angolano, quando ainda não tínhamos atendimento online. Atravessar o oceano, mudar de continente, exigiu confiança em quem o indicou. Retornar exigiu confiança em mim. Recentemente atendi clientes que estão em Viçosa, São Paulo, Portugal...
E os clientes de pertinho? Estes permanecem porque não os desapontamos ao receber as indicações ou ao cuidá-los, quando necessitam. Confiança, novamente.
Outra característica nas relações atuais em saúde, é que as pessoas têm muitas opções, muitas escolhas. Mário Sérgio Cortela, Leandro Karnal e outros filósofos, historiadores, sociólogos, têm discutido exaustivamente sobre as milhares de escolhas que temos e podemos fazer ao longo de um único dia. Esse vasto leque de opções de cardápios, entretenimento, viagens, tratamentos, vestimentas, cursos, séries, profissionais de diversas áreas, dificulta a adesão às orientações específicas para cada cliente, especialmente as que exigem mudanças de hábito. O tratamento precisa ser bastante convincente para ter sucesso.
A confiança no profissional e a compreensão sobre a importância em seguir cada uma das orientações recebidas, pode amenizar os fatores de distração. Em um tratamento, a consulta representa a maior chance de solução completa da queixa/sintoma. A consulta é importante pela anamnese, exame clínico e exames complementares e também pela explicação detalhada do planejamento terapêutico que o paciente receberá, caso ele esteja de acordo.
Baseada nas considerações acima e com foco na individualidade de cada cliente, entendo que as relações profissionais em saúde precisam de tecnologia, conhecimento técnico atualizado e humanização.
Agradeço ao Talles Costa e sua equipe pela oportunidade. Conversaremos aqui sobre vários assuntos. Convido você a fazer parte. Envie sua dúvida e/ou comentário. Será muito legal ter você conosco.
Obrigada e até breve!
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Flávia Campos
Fisioterapeuta da Clínica Saúde em Movimento Especialista em Reabilitação Cardiopulmonar pela PUC Minas Mestre em Ciências da Reabilitação pela UFMG
31 3571-1110 | fisioflaviacampos@gmail.com
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