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  • Foto do escritorMoisés Oliveira

Aumento das queimadas em 2024 acentua riscos à saúde e ao meio ambiente na região

Foto - Divulgação

Os incêndios florestais no Brasil aumentaram 78% em 2024, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), intensificando problemas de saúde pública e agravando a degradação ambiental. A fumaça liberada pelas queimadas eleva a concentração de poluentes no ar, afetando principalmente as regiões mais atingidas e impactando gravemente a qualidade de vida das populações locais.

De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com outras instituições, os poluentes liberados pelos incêndios florestais têm efeitos severos na saúde, incluindo potencial carcinogênico. O material particulado 2.5, um dos poluentes mais perigosos, é capaz de penetrar nos pulmões, entrar na corrente sanguínea e causar danos celulares que podem levar ao câncer. Mariana Matera Veras, bióloga e chefe do Laboratório de Patologia Ambiental e Experimental do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, destaca que essas partículas são ricas em hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, alguns dos quais são conhecidos por sua capacidade de causar mutações nas células.

Além dos problemas respiratórios, as queimadas também prejudicam a saúde ocular. A oftalmologista Marina Carvalho, do Hospital Felício Rocho, alerta que a combinação de poluentes no ar pode exacerbar condições como olho seco, causando vermelhidão, ardência e inchaço. A especialista recomenda o uso de colírios lubrificantes e a hidratação adequada, além de evitar coçar os olhos e procurar atendimento médico em caso de contato ocular com fuligem.

No âmbito ambiental, as queimadas contribuem significativamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa. A professora Fernanda Raggi, especialista em biologia e sustentabilidade do UniBH, explica que a alta concentração de CO2 durante os incêndios não apenas eleva as temperaturas, mas também dificulta a propagação do vapor de água na atmosfera, criando condições propícias para a formação de "ilhas de calor". Essas áreas de calor intenso e baixa umidade aumentam os riscos de novos incêndios e agravam ainda mais as mudanças climáticas.

A escalada das queimadas em 2024 ressalta a urgência de ações mais rigorosas para combater os incêndios e mitigar seus impactos na saúde pública e no meio ambiente, além de cumprir as metas internacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa.

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