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  • Foto do escritorRedação Portal Independente

'LOGOS NARRATIVO E SUA REALIDADE DISTORCIDA ATUAL'


Estamos em período eleitoral e o que mais nos chama atenção é um tema que vem pairando de uma forma ou de outra em nossa sociedade moderna: as famigeradas narrativas.

Não obstante ao tema que nos apresenta moderníssimo, temos de pronto que as narrativas de hoje, nada mais são, do que deturpações grotescas do já foram o nosso passado mais distante.

Na aurora do homem ocidental, um povo se destacou dentre outros, há 25 séculos, por realizar a transição de um tal logos narrativo para um logos demonstrativo.

O que isto quer dizer é que o povo heleno, ou seja, os gregos, dentre todos os povos, foi o que trouxe, com maior maestria para o mundo, o pensamento racional, lógico, como o conhecemos hoje.

Mas isto não foi realizado de uma vez apenas. Durante muitos séculos antes de cristo, os gregos já tinham a sua forma de explicação e amparo sobre as perguntas terrenas: era a partir dos mitos, da mitologia. Os deuses eram a explicação para toda ordem de coisas no mundo.

O mundo era menos pesado quando, por obra da criação religiosa daquele tempo, os gregos tentavam explicar as coisas e a natureza, com a interação mítica que ela possuiria.

Desta forma, a narração mítica, ou o logos narrativo, esteve presente por muito tempo junto ao povo heleno como forma de explicação das causas e consequências, por vezes trágicas, da vida.

Foi como ato humano, ainda junto aos gregos, que o pensamento racional surge. As explicações míticas acabam por se diminuírem com o tempo e a percepção racional toma o seu lugar aos poucos.

Junto a este movimento, o homem reflete sobre si no mundo e sobre a sua vida. Surgem as ideias políticas, da ética e a percepção do bem como algo virtuoso que tira o homem do reino animalesco puro e simples, para torná-lo um ser detentor de liberdade e de obrigações como com o saber e o viver em harmonia com outros dentro de uma organização política. Assim, temos o logos demonstrativo e a ciência como a conhecemos hoje.

Ocorre que no século XXI, aparece, seja nas redes sociais, seja na vida em sociedade com os nossos comuns, uma “narrativa” que insiste em trazer opressão, mentiras e, pelo discurso, impor a verdade que interessa a poucos.

O pior é que estas tentativas degradantes de imposição e opressão por parte das narrativas não possuem a elegância e a inteligência do mito grego de outrora.

De fato, a narrativa atual é apequenada e degradante, pois traz o pior dos homens e o retorna para o reino da necessidade em condições animalescas de que o logos demonstrativo, a razão, custou séculos, perante a ética, para retirar o homem e assim traze-lo às condições aceitáveis de liberdade.

Seja as mídias sociais, seja a mídia tradicional ou mesmo os processos políticos vazios, em todos eles, a narrativa vem imperando e destruindo a nossa sociedade com as bandeiras ora da moralidade e da preservação da religião e família tradicional, ora com o discurso inverso de que toda forma de ser e estar no mundo é válida, mesmo que esta imponha sua lógica escravizando outras possibilidades de ser.

Nas eleições, as narrativas modernas são inúmeras, os boatos e criações vis se alastram como ervas daninhas.

Para piorar, a consequência da vitória de um grupo político e sua narrativa, pode levar ao escarnio e deturpação de uma sociedade por quatro anos.

Portanto, se apela para que não se deixe encantar pelas narrativas. Verifique a logicidade das falas, não se deixe levar pelos meros e simples discursos, principalmente quando estes assumem papeis fantasiosos facilmente observáveis.

Não se trata mais das narrativas mitológicas e sim de uma deturpação putrefata que podemos sentir o odor se fizermos o exercício racional para os observar e refutá-los.

  

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Marciano Reis

Fiscal Ambiental de Brumadinho, Advogado especialista em Meio Ambiente e Mineração, Técnico em Agropecuária, Bacharel e Licenciatura em Filosofia.

31 9 9889-5915 | marciano.mrm@gmail.com


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