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  • Foto do escritorMoisés Oliveira

Especialista defende importância de ócio e lazer para crianças durante as férias

Foto - Divulgação

A psicóloga Ana Luísa Bolívar, especializada em crianças e adolescentes, destacou a necessidade de permitir que as crianças vivenciem o lazer e o ócio durante as férias escolares. A especialista alertou para os perigos relacionados ao excesso de atividades extracurriculares, mencionando que muitas vezes os pais sobrecarregam os filhos com colônias de férias, aulas de natação, musicalização infantil e viagens, sem deixar tempo para o descanso necessário.

Um vídeo viral recente ilustra bem essa questão, no qual uma mãe permitiu que sua filha de aproximadamente 3 anos "descascar um ovo cozido no tempo dela". Ana Luísa enfatizou que, embora tenha demorado muito, foi o tempo necessário para a criança. Segundo a psicóloga, é crucial desenvolver habilidades durante o tempo livre, quando não há estímulos ou prazos a serem cumpridos.


Importância do tempo livre

Ana Luísa Bolívar defende que o tempo livre das crianças deve ser dedicado a elas mesmas, mesmo que isso signifique sujeira e bagunça. Ela diferencia os conceitos de ócio, tédio e lazer, ressaltando que cada um tem sua importância para o desenvolvimento infantil. O ócio, explica, resulta das horas vagas e do descanso, sendo essencial para a tranquilidade.

A psicóloga também alertou que o tédio, muitas vezes confundido com preguiça, é um estado emocional com o qual muitos não sabem lidar. Ana Luísa utilizou o filme "Divertida Mente 2" como exemplo para explicar a complexidade desse sentimento. Ela acredita que a sociedade moderna, focada na produtividade incessante, vê o tédio como algo negativo, o que é um viés cultural.


Menos estímulos e mais tempo livre

Ana Luísa enfatizou a necessidade de menos estímulos para crianças e adolescentes, considerando o impacto constante das tecnologias e mídias. Ela defendeu que o ócio criativo é fundamental para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e para uma melhor percepção de si mesmos. A especialista sugeriu abrir mão do "direcionamento" excessivo, permitindo que as crianças tenham espaço para criar, sonhar e inventar.

Em relação ao uso da tecnologia, Ana Luísa recomendou evitar o uso excessivo de telas. Ela destacou que o uso prolongado pode afetar o sono e a regulação emocional, levando a quadros de ansiedade, frustração e até pânico. A artista plástica Karin Stofel, por exemplo, mantém a filha longe da tecnologia, preferindo que ela tenha contato com a natureza.


Crianças não são extensão dos pais

Ana Luísa Bolívar sublinhou que as crianças não são uma extensão dos pais em relação a desejos e gostos. Ela ressaltou a importância de ouvir e acolher os sentimentos das crianças, permitindo que elas expressem suas próprias vontades. Durante a pandemia de Covid-19, Ana Luísa ouviu de uma amiga o relato de uma criança de 4 anos que repetia estar entediada, o que, segundo a psicóloga, mostra que as crianças sabem identificar seus sentimentos.

A especialista defende a redução do excesso de atividades extracurriculares e a valorização do ócio, lazer e tédio como parte essencial do desenvolvimento infantil. Ana Luísa sugeriu atividades como passeios em parques, exposições e leitura de livros, adaptadas às particularidades de cada criança.

Ana Luísa Bolívar concluiu ressaltando a importância do universo infantil, incentivando os pais a permitir que as crianças desenvolvam sua própria criatividade e personalidade através de atividades lúdicas e sem direcionamento rígido.


*Com informações de O Tempo.

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