
A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, nesta semana, uma mulher de 28 anos em Belo Horizonte, suspeita de participar de um esquema de falsificação de documentos médicos utilizados em ações judiciais relacionadas às indenizações pelo rompimento da barragem em Brumadinho. As investigações, que se estenderam por 11 meses, revelaram que a detida atuava como secretária e administradora de clínicas médicas, sendo responsável pela emissão de laudos e receitas médicas falsificadas. Esses documentos eram produzidos com assinaturas de profissionais de saúde sem o consentimento dos mesmos.
A operação teve início após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais receber aproximadamente 12 mil ações por danos morais de indivíduos que alegavam sofrer de estresse pós-traumático decorrente do desastre de Brumadinho. Os delegados Adriano Moreira e Magno Machado, responsáveis pelo caso, destacaram que a maioria desses processos continha laudos com conteúdo idêntico e o mesmo Código Internacional de Doenças (CID). A investigação apontou que advogados procuravam a clínica onde a suspeita trabalhava para obter laudos médicos ou psicológicos que comprovassem o estresse pós-traumático.
Além disso, foi constatado que muitas pessoas que apresentaram esses laudos falsificados não perderam familiares ou não foram diretamente afetadas pela tragédia, e algumas nem residiam nas proximidades do local do rompimento. A polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência da suspeita, onde foram encontrados blocos de receitas e laudos em branco, apenas com assinaturas e carimbos de médicos. A investigação continua para identificar a possível participação de advogados, médicos e psicólogos no esquema.
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