Nesta quarta-feira (22), no Cemitério Parque das Rosas, em Brumadinho, três famílias se reuniram para a exumação dos corpos de seus entes queridos, vítimas do crime da Vale. O procedimento, já doloroso por si só, foi marcado por uma série de contratempos e falta de comunicação que geraram indignação e sofrimento adicional para os presentes.
Ao iniciar a exumação, as famílias foram surpreendidas com a informação de que deveriam providenciar urnas ou caixões para transportar os restos mortais para a cova definitiva. Esta necessidade não havia sido comunicada previamente. O agendamento do procedimento foi feito pela prefeitura, que não informou sobre a necessidade do material. A coordenação do serviço no local informou que a responsabilidade de notificar as famílias era da Vale.
Em meio à confusão, os familiares tentaram contato com a central da Vale e outros setores da empresa para resolver a situação. Foram informados de que a resposta poderia levar até 48 horas. Após insistentes tentativas de contato e discussões, a empresa finalmente enviou o material necessário.
Além deste problema, uma das famílias quase não conseguiu concluir a exumação, pois o túmulo definitivo não estava pronto. A intervenção da responsável pelo cemitério e a negociação com a Vale permitiram a designação de outro túmulo para concluir o procedimento.
No total, as famílias passaram cerca de cinco horas no cemitério devido aos percalços causados pela desinformação e falta de planejamento. As famílias manifestaram sua indignação e consideraram a situação um desrespeito, esperando que medidas sejam adotadas pelas autoridades competentes e pela Vale para evitar que outros familiares passem pela mesma experiência.
Apesar dos problemas, os familiares elogiaram os funcionários do cemitério, que trabalharam com empenho, cuidado e respeito durante todo o processo, mesmo sob sol forte e com a demora nas atividades.
As famílias esperam que providências sejam tomadas para garantir que situações semelhantes não se repitam, destacando a necessidade de um planejamento adequado e comunicação eficaz em procedimentos tão sensíveis e importantes como a exumação de vítimas de tragédias.
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