A abertura da Exposibram 2024, maior feira de mineração da América Latina, foi marcada por uma manifestação emocionante e carregada de indignação. Familiares das 272 vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrido em 2019, ergueram uma bandeira de cinco metros de comprimento com o nome "Brumadinho" e as fotos das pessoas que perderam a vida na tragédia. O protesto, realizado diante de mais de mil pessoas no auditório do evento, reforçou a luta por justiça e responsabilização criminal, que continua após cinco anos do desastre.
A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem (AVABRUM) esteve presente no evento com mães, irmãs e esposas das vítimas, que compartilharam relatos de dor e resistência. Josiane Melo, diretora da AVABRUM e sobrevivente do rompimento, emocionou o público ao afirmar: "Nós, familiares, não permitiremos que o mundo esqueça Brumadinho. Estamos aqui para lembrar a todos, inclusive autoridades e empresas presentes nesta feira, que as 272 vidas ceifadas exigem justiça e respeito."
Josiane, irmã de Eliane de Oliveira Melo, que morreu grávida de cinco meses, destacou a necessidade de mudanças no setor de mineração para que tragédias como a de Brumadinho não se repitam. Ela e outros familiares reforçaram que, apesar dos anos de luta, ainda há uma grande frustração pela falta de punição e pela demora nas respostas judiciais.
A Exposibram, que reúne as principais empresas de mineração do mundo, tornou-se o palco para a manifestação dos familiares, que clamam por justiça e responsabilização das empresas envolvidas na tragédia. Além de protestar, a AVABRUM busca alertar para a importância de uma mineração mais responsável e com maior fiscalização para evitar que novas tragédias aconteçam.
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