A partir de março de 2025, o valor das parcelas do Programa de Transferência de Renda (PTR), que apoia financeiramente famílias afetadas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, será reduzido gradativamente. Essa mudança, prevista no edital do programa e aprovada pelas Instituições de Justiça (IJs), busca amenizar o impacto do encerramento do benefício e permitir que as famílias se adaptem. No entanto, a decisão já gera preocupações entre os moradores, que temem os efeitos dessa diminuição em um contexto de alto custo de vida e dependência do auxílio.
Segundo o edital, a alteração gradativa no valor do benefício afetará principalmente os adultos: aqueles da Zona Quente – região mais próxima ao local do rompimento – receberão 50% do salário mínimo, enquanto os demais receberão 25%. O valor para crianças, adolescentes e familiares de vítimas fatais será mantido, em uma tentativa de priorizar a segurança financeira dos mais vulneráveis.
O gerente executivo da FGV Projetos, André Andrade, explica que os ajustes no valor foram discutidos em estudos feitos pela FGV a pedido das IJs, com o objetivo de proteger especialmente as crianças e adolescentes que dependem do PTR. Ele também destaca que o programa pode se estender até abril de 2026, dependendo do rendimento dos recursos do fundo destinado ao PTR. Contudo, o ingresso de novos beneficiários pode alterar essa previsão, reduzindo o tempo de duração do benefício. Andrade afirma que qualquer alteração na data de encerramento será comunicada previamente aos beneficiários.
Lideranças locais, como Silas Fialho e Camila Moreira, manifestam preocupação e cobram mais clareza das autoridades sobre os impactos das mudanças no PTR, solicitando uma reunião para discutir a situação. Segundo eles, muitas famílias dependem do PTR para cobrir despesas essenciais, como aluguel e medicamentos, especialmente diante da inflação nos preços de bens e serviços na região de Brumadinho. Fialho e Moreira enfatizam a importância de um plano de apoio que ajude os moradores a enfrentarem o alto custo de vida no município, considerando que a economia local ainda enfrenta dificuldades após a tragédia de 2019.
Para a população de Brumadinho, o fim do PTR significa enfrentar a perda de um suporte econômico crucial. As lideranças e a comunidade defendem que o processo de encerramento do programa seja transparente, destacando a necessidade de alternativas que possam minimizar o impacto econômico sobre as famílias, particularmente as mais vulneráveis. A comunidade questiona se o fim do programa é realmente necessário e espera que a gestão do PTR considere os efeitos duradouros do desastre na vida dos moradores.
Em minha opinião, certas "lideranças" - nem todas - têm feito um discurso que não é verdadeiro quanto à continuidade do PTR, mesmo sabendo que ele tinha - e tem - tempo previsto para acabar desde o início quando acabarem os 4 bilhões e os rendimentos. Esse discurso rendeu muitos votos nas eleições deste ano, especialmente de famílias mais vulneráveis. Provavelmente, essas "lideranças" tentarão jogar a culpa pra cima da FGV, que é mera gestora dos recursos. Porque terão que dar uma explicação aos eleitores sobre suas promessas, muitas delas gravadas e registradas para uma necessidade...