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'Janeiro Roxo – mês de enfrentamento à Hanseníase'

Foto do escritor: Redação Portal IndependenteRedação Portal Independente

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que afeta os nervos e a pele, e pode deixar várias sequelas se não tratada precocemente. É também conhecida como Lepra ou Mal de Lázaro.  Algumas incapacidades físicas na hanseníase podem comprometer os olhos (lagoftalmo, ectrópio), as mãos e os pés (garras, reabsorção óssea, feridas tróficas), levando a deformidades, dores e incapacidade física. O dermatologista e o fisioterapeuta ajudam na reabilitação quando a doença chega a um estágio mais avançado.

De 2019 a 2022 houve uma redução de 28,9% de notificação de casos de hanseníase no Brasil. Porém, os números ainda são alarmantes e não podemos reduzir a vigilância sobre o tema. Entre 2019 e 2023, foram notificados 816 novos casos de hanseníase, apenas no norte de Minas Gerais. A doença é frequente em pessoas com faixa etária de 30 a 59 anos, e tem maior prevalência nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

A transmissão da bactéria ocorre por meio de contato próximo e contínuo com a pessoa infectada, não tratada, por meio de gotículas salivares eliminadas na fala, tosse e espirro. O bacilo geralmente se instala nas áreas mais frias do corpo, como lóbulo da orelha, ponta do nariz, cotovelos e nos nervos periféricos. Na pele surgem manchas variadas, de coloração vermelho-acastanhadas, que podem se transformar em placas, nódulos, áreas infiltradas, úlceras e calosidades. Nas manchas iniciais é comum existir perda de sensibilidade. Posteriormente, podem ocorrer formigamento, fisgadas e dormência.

Em janeiro é reforçada a conscientização da população sobre o combate à doença, em relação ao diagnóstico precoce e à compreensão da patologia. Infelizmente a taxa de abandono do tratamento é alta, permitindo que a doença chegue ao estágio mais grave de evolução, com deformidades e deficiências físicas, que oferecem características de isolamento social, como aconteceu na Colônia Santa Isabel, próximo a Brumadinho.

A hanseníase tem cura e pode ser tratada com medicamentos gratuitos, oferecidos pela rede SUS. Notando sinais ou sintomas, procure atendimento médico. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento. O ideal é buscar orientação médica quando a mancha ainda for assintomática. Além de ficar atento às manchas que aparecem na sua pele, você também pode explicar para parentes e amigos a importância do diagnóstico e tratamento precoce, para que não existam sequelas. Para mais informações, você pode consultar o Boletim Epidemiológico de Hanseníase do Portal Gov.br.

 

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Flávia Campos

Fisioterapeuta da Clínica Saúde em Movimento Especialista em Reabilitação Cardiopulmonar pela PUC Minas Mestre em Ciências da Reabilitação pela UFMG

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