Maio é o mês de conscientização e combate ao abuso sexual infantil, em memória ao “Caso Araceli Crespo”, menina de oito anos que foi violentada e assassinada em 18 de maio de 1973. Atualmente nosso país ocupa a segunda posição no ranking mundial, com cerca de 500 mil casos por ano. A pobreza, desigualdade social, cultura paternalista e a discriminação estão entre as causas, mas a principal delas é a falta de informação.
Infelizmente ainda há um tabu acerca do tema, o que leva à falta de diálogo nas casas e famílias, restringindo o debate ao âmbito escolar. Segundo as estatísticas, a maioria dos abusadores são pessoas da família ou pessoas próximas, e a maioria das denúncias é feita por professores e profissionais da educação.
Se não interessa às famílias prevenir os abusos, devemos nós, enquanto sociedade, cuidar e proteger nossas crianças. As medidas de prevenção à violência sexual infantil são muito simples, partem do conhecimento sobre o corpo, nomeação dos órgãos e funcionalidade de cada um. É importante que a criança entenda que ainda que seja pequena, ela é dona do próprio corpo, e tem direito de negar contatos indesejados. Outra medida é a liberdade de diálogo amplo, a abolição dos “segredos” e “mentiras”, e a criação de um ambiente onde a criança se sinta segura para se expressar. Desde cedo podemos ensinar como pedir ajuda e como agir em situação de perigo.
Precisamos urgentemente tirar as crianças do lugar de submissão e trazê-las ao protagonismo da própria vida, respeitando e valorizando cada uma. É direito da criança crescer segura, protegida e amada.
Os principais sinais de violência são a mudança de comportamento, irritabilidade ou choro excessivo, e as denúncias podem ser feitas através dos seguintes canais de contato: Disque 125, da Coordenação de Denúncias de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Dique 100, telefone do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que encaminha o caso para o Conselho Tutelar mais próximo.
Vamos juntos criar um mundo melhor e infâncias cada vez mais felizes.
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Paola Rezende Viotti
Educadora
- Professora no Sistema Pedagógico Semear
- Voluntária e co-fundadora da Associação Amigos de Brumadinho
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