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  • Foto do escritorRedação Portal Independente

Vale não conclui nem um terço da dragagem no Rio Paraopeba, mesmo após 5 anos de "reparação"

Foto - Divulgação/Flávio Tavares

Cinco anos após o desastre provocado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, o processo de recuperação socioambiental ainda enfrenta desafios significativos. De acordo com o Plano de Recuperação Socioambiental, parte do Acordo de Reparação firmado entre a mineradora e o Poder Público em 2021, a limpeza de 54 km do Rio Paraopeba deveria ser concluída até o final de 2024.

No entanto, até o momento, os trabalhos de dragagem alcançaram apenas 550 metros da calha do rio. Mesmo para essa área, a Vale não apresentou todos os laudos necessários para comprovar a efetiva limpeza do rio, conforme exigido pelo plano.

A presença contínua dos rejeitos tóxicos no Rio Paraopeba pode agravar os danos causados pelo desastre e gerar prejuízos tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. Estima-se que cerca de 1,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos precisam ser retirados da calha do rio. No entanto, até o momento, apenas cerca de 500 mil metros cúbicos foram removidos, representando apenas um terço do total previsto.

Além disso, uma auditoria revelou que a Vale não apresentou laudos suficientes para comprovar a limpeza de todas as áreas onde a retirada dos rejeitos foi supostamente concluída, conforme planejado.

A demora na conclusão do processo de dragagem não apenas mantém viva a lembrança do desastre que resultou na perda de 272 vidas e causou danos financeiros, sociais, de saúde e emocionais a milhares de pessoas, mas também pode acarretar em novos problemas ambientais na Bacia do Paraopeba.

Até o momento, os trabalhos de retirada dos rejeitos se limitaram a uma pequena porção do rio, próximo à confluência com o ribeirão Ferro Carvão, demonstrando um progresso muito aquém do esperado.

Essas informações foram divulgadas pela AECOM, empresa responsável pela auditoria do Plano de Recuperação Socioambiental, durante a última reunião trimestral de repasse, realizada no final de fevereiro, na qual são apresentados os resultados das atividades executadas pela mineradora às Instituições de Justiça e ao Governo de Minas.

Com o atual ritmo de trabalho, estima-se que seriam necessários mais 10 anos para concluir o planejamento inicialmente estabelecido. A situação evidencia a urgência de medidas efetivas para acelerar o processo de recuperação socioambiental e mitigar os impactos decorrentes do desastre.

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